Coletivo Ecovida, de Penha, envia carta de repúdio à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável

A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável lançou um editar de chamamento público para selecionar artesãos que representarão Santa Catarina na 31ª Feira Nacional de Artesanato, que acontecerá em Belo Horizonte – MG, de 01 a 06 de dezembro deste ano. Contudo, a Secretaria não arcará com custos de translado, alimentação, hospedagem, etc, participando apenas no transporte dos itens até a feira, porém a responsabilidade sobre avarias também fica por conta do artesão, mesmo ele não acompanhando o processo.

A Coordenadora Gera do Coletivo Cultural Ecovida, Amanda Theo, enviou à Secretaria uma carta de repúdio, que segue abaixo na íntegra:

“Nós, participantes do Coletivo Cultural Ecovida, vimos por meio desta manifestar o nosso veemente repúdio ao Edital de Chamamento Público Nº 002/2020 cujo objetivo é selecionar artesãos para representarem o Estado de Santa Catarina na 31ª Feira Nacional de Artesanato – Rotas do Brasil, em especial ao item 1.2. “Os selecionados deverão arcar com as próprias despesas de passagens, traslados, hospedagem e alimentação durante todo o evento.”

Acreditamos que é dever do setor público dar suporte financeiro e moral aos trabalhadores da cultura, sobretudo quando estes se propuserem a representar o Estado em um evento de grande porte.

O edital limita a participação às Associações de Artesanato (com capital) visto que um artesão individual dificilmente terá condições de arcar com todas as despesas principalmente em meio à uma pandemia onde as vendas de suas obras estão praticamente paralisadas.

Temos exemplos de outros estados que aplicam a parceria entre as Secretarias de Cultura e Ação Social na fomentação cultural local e na valorização dos seus artistas que já enfrentam tantas dificuldades.

Possuímos em Santa Catarina iniciativas artesanais incríveis que poderiam representar nosso estado e que possivelmente ficarão de fora desta seletiva.

Torcemos para que as próximas oportunidades levem em consideração o cenário cultural local bem como os parâmetros financeiros dos seus trabalhadores, temos certeza que apenas através da união do poder público e da sociedade civil poderemos alavancar e oportunizar a Cultura em nosso Estado.”

O Estado por sua vez, respondeu à carta, dizendo entender a solicitação principalmente por tratar-se de um momento de crise para o setor e que a Coordenação vem tentando articular o oferecimento de mais benefícios (…) porque entende que os atuais benefícios ofertados são insuficientes para a participação de muitos artesãos e grupos catarinenses.