Pinguim morto tinha quatro canudos de plástico no estômago

A necropsia do pinguim resgatado na praia Vermelha no dia 18 junho apontou para quatro canudos plásticos dentro do estômago do animal. O pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) encalhou na Vermelha e foi resgatado ainda com vida pela equipe da Univali, por meio do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).

O animal apresentou um quadro de debilidade no momento do resgate; estava caquético e desidratado. Pesava 1,5 quilo quando deu entrada na estabilização, enquanto o peso ideal para um indivíduo dessa espécie é de 5 quilos, em média. O animal recebeu atendimento veterinário, mas foi a óbito no dia seguinte.

O exame de necropsia apontou a morte devido à síndrome caquexia. De acordo com a médica veterinária Tiffany Emmerich, esta síndrome ocorre quando há exaustão das energias corporais e gasto proteico alto para manter o metabolismo e aquecer o corpo da ave.

Pode estar associada ao próprio movimento migratório da espécie, mas também pode ocorrer quando não há uma correta ingestão de alimentos. Neste caso, o pinguim havia ingerido muitos resíduos sólidos que bloquearam a entrada do estômago e podem ter facilitado a instalação da síndrome.

Estamos na temporada de migração da espécie, que ocorre entre abril e setembro, por isso as ocorrências de encalhe se tornam comuns nesta época do ano.

Ao avistar um pinguim debilitado, coloque o animal em uma caixa de papelão, o mantenha aquecido com um pano seco e aguarde a chegada da equipe. Não molhe, não coloque no gelo e não ofereça alimento. Essa orientação é válida para pinguins que estejam na faixa de areia sem se mover.

Acione imediatamente o PMP-BS pelo telefone 0800 642 3341. A ligação é gratuita e funciona das 8h às 17h30min. Informe a praia, o município e um ponto de referência.

O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.

Tem como objetivo avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos.

O PMP-BS é realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos. A Univali monitora o Trecho 4, compreendido entre Barra Velha e Governador Celso Ramos (SC).