Os bastidores que definiram Maurício Brockveld como o candidato do prefeito Aquiles a presidente da Câmara

No próximo dia 16, os vereadores escolhem o presidente da Câmara de Penha para 2020. Como o Notícias de Penha revelou em 2016, logo após a eleição do prefeito Aquiles da Costa (MDB), o partido do mandatário da cidade manobrou para alterar o Regimento Interno da Câmara para diminui para 1 ano (antes eram 2 anos) o mandato da presidência da Câmara.

O esquema do MDB era garantir que o bloco de situação dominasse a Mesa Diretora, ficando com os cargos de Presidente, Vice-Presidente, 1º Secretário e 2º Secretário. Tudo organizado antes mesmo de o prefeito eleito assumir a prefeitura em janeiro de 2017.

O arranjo tem funcionado bem até agora: em 2017, Maria Juraci Alexandrino (MDB) abriu os trabalhos como presidente. Em 2018, o cargo ficou com o vereador Isac da Costa (PL). E, agora, em 2019, o vereador Italiano (MDB) deixa a cadeira mais cobiçada da Câmara.

Tudo conforme o script desenhado em 2016 por Aquiles, que já na época demonstrava que, na Câmara, ele daria as cartas, e não os vereadores.

Agora, a uma semana da nova eleição para presidente da Câmara, eis que o projeto de Aquiles e Cia sofre uma mudança. O cargo seria da vereadora Regiane Aparecida (MDB). SERIA. Ela é professora 40 horas no município e para dar conta das atribuições de presidente da Câmara, teria que deixar a sala de aula. Regiane optou por continuar lecionando em 2020 e desistiu de disputar o pleito com os colegas da situação.

Sobraram, então, os dois “Maurícios” na jogada: Maurício “Lito” da Costa (MDB) e Maurício Brockveld (Pros). Os dois bateram o pé e disseram que queriam o cargo de presidente. Como só há uma cadeira de presidente na Câmara, restou ao “chefe” do Legislativo, o prefeito Aquiles, a decisão final.

E não foi uma decisão fácil, pelo que sopraram lá da prefeitura. Os “Maurícios” são ferrenhos defensores do governo. O Lito, porém, é o homem de maior confiança do prefeito Aquiles e deve concorrer a vereador novamente. Foi a partir dessa linha que o “gestor” da Câmara decidiu que o presidente da Casa do Povo deveria ser o Maurício Brockveld (Pros).

Maurício também tem a postura de “fazer tudo pelo governo”. Quase todos os secretários ligam para ele pra avisar de alguma obra que começou ou informar sobre a entrega de alguma equipamento ou similiar. Brockveld está em tudo a todo tempo.

Pesou o fato de Aquiles estar em busca de um vice-prefeito para disputa da reeleição em 2020. E Brockveld eleito presidente da Câmara, a majoritária já estaria definida: Aquiles (prefeito) e Maurício Brockveld (Pros), vice-prefeito.

Além disso, entregar a presidência da Câmara a Maurício daria maior controle e agilidade à tramitação dos projetos da prefeitura. E, de quebra, colocaria o atual presidente, Italiano, de escanteio. Italiano não esconde a insatisfação com o governo, que o deixou na mão pela falta de obras na região do Morro do Ouro. E comentam que ele pode deixar o MDB em março, quando abrir a janela de transferência de partido político para o legislativo.

A oposição, formada por quatro vereadores, até ensaiou uma composição no ano passado, tentando puxar voto da situação, mas o intento não vingou. Para a eleição deste ano, a oposição deve tentar algum movimento, mas com o prefeito Aquiles com os olhos dentro da Câmara, a presidência terminará nas mãos do governo.