[NOTAS POLÍTICAS] Toninho fora do DEM?; e chega ao fim a CPI do INSS

O dilema de Toninho?

O vereador Antônio Alfredo Cordeiro Filho (DEM), o Toninho, tem vivido uma verdadeira sinuca de bico. Ele é o único vereador do Democratas de Penha, partido que faz oposição ao prefeito Aquiles da Costa (MDB). Toninho, como sabemos, é pró-governo e tem atuado firma na defesa das ações da atual administração pública municipal. Ele comentou sobre a vontade de deixar a sigla partidária da qual faz parte, mas sabe que isso implicaria na perda do mandato.

Camiseta vermelha

No último dia 17 de maio, o Democratas de Penha apresentou novos filiados e a comissão provisória do partido. A reunião marcou a presença de lideranças políticas contrárias ao governo atual. Exceto pelo vereador Toninho, que apareceu vestindo uma camiseta vermelha, em alusão à cor predominante do manda-brasa. A afronta desagradou os líderes do DEM e aumentou ainda mais as rusgas entre o vereador e seus pares democratas. Alguns dias depois, Toninho revelou que usou a camiseta vermelha de propósito.

CPI do INSS

Enfim, a CPI do INSS terminou. A jornada foi longa e rendeu mais capítulos do que os vereadores imaginaram. Antes de avaliar a atuação dos parlamentares, vou relembrar a origem da CPI para aqueles que chegaram agora de Marte. Em novembro do ano passado, o prefeito Aquiles da Costa (MDB) reuniu imprensa, vereadores e puxas para informar que o governo havia sido notificado pela Receita Federal por uma dívida de R$ 51 milhões. A origem do débito seriam compensações previdenciárias feitas pelo ex-prefeito Evandro Eredes dos Navegantes (PSDB), sem a anuência do INSS e nem da Receita.

Investigação

Uma semana depois, os vereadores Isac da Costa (PR), Italiano (PMDB), Lito (PMDB), Maria Juraci (PMDB), Maurício Brockveld (Pros), Regiane (PMDB) e Toninho (DEM), protocolaram um pedido de CPI para investigar as ações de Evandro. O objetivo era claro: afogar ainda mais o ex-governante em denúncias e mostrar à sociedade as supostas más-condutas dele à frente da prefeitura.

Oitivas

Foram ouvidas quatro pessoas durante a CPI: os contadores de carreira da prefeitura, Agairto Tachini Schneider e Almir Rogério dos Santos; o ex-controlador interno Rafael Murilo Celestino e o ex-prefeito Evandro. Os depoimentos destes dois últimos acabaram adiados, pois Rafael e Evandro foram presos no dia 12 de junho dentro da Operação Sutura, da Polícia Civil, que investiga desvio de verbas públicas da área da saúde. Após serem soltos, Rafael e Evandro falaram à CPI e garantiram que não havia dívida, já que os valores ainda poderiam ser discutidos judicialmente.

Relatório final

O vereador Maurício Brockveld, relator da CPI, afirmou ter juntado documentos que compravam diversas irregularidades cometidas por Evandro. “Todo meu relatório foi com base nos depoimentos dos contadores e documentos que vieram da atual administração e da Receita Federal. Não foi possível retirar nada dos depoimentos do antigo prefeito e do controlador, pois eles não tinham conhecimento de nada”, afirmou Brockveld.

Apreciado em plenário

O relatório final da CPI será votado em plenário. A data ainda não foi definida pela Mesa Diretora. “Espero que meu relatório seja acatado pela Mesa, pois é para ser encaminhado para o Ministério Público, para que investigue e puna os verdadeiros culpados”, completou Maurício. O presidente da CPI, Silas Renato Antonietti (PSD), informou que a comissão trabalhou respeitando os prazos legais e dando a oportunidade para que todos pudessem esclarecer os pontos da investigação.