“O comércio precisa se manter forte na baixa temporada”, afirma presidente da CDL de Penha

João (esquerda) foi empossado presidente da CDL de Penha no dia 29 de junho (Foto: Divulgação/FCDL)

Mais da metade dos consumidores do país (57%) pretendem ir às compras por conta do Dia dos Pais, o que representa em torno de 86,1 milhões de pessoas. Essa parcela supera à registrada no mesmo período do ano passado quando 49% demonstraram a mesma intenção, segundo um levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC/Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

A pesquisa mostra que esses consumidores devem gastar, em média, R$ 125. Pelo cálculo dos organizadores, o movimento financeiro deve atingir R$ 10,7 bilhões. A maioria (38%) informou que planeja desembolsar o mesmo valor do ano passado. Outros 26% indicaram redução dos gastos e apenas 13% estão dispostos a elevar a quantia.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Penha, João Eduardo Sensi, explica que o Dia dos Pais é uma das melhores datas para o comércio varejista da cidade. O Notícias de Penha entrevistou o empresário, que acredita que o caminho para que o comércio local se fortaleça passa pela parceria entre empresariado e poder público. Confira abaixo a entrevista.

Notícias de Penha – Os índices da pesquisa nacional vão refletir aqui na região?
João Eduardo Sensi, presidente da CDL de Penha – Esperamos que sim, pois os Dia dos Pais é a terceira melhor data, quando percebemos um grande aquecimento no mercado varejista. É uma que mexe com o coração; impossível passar sem homenagear a pessoa que você ama. A notícia de que mais de 136 mil catarinenses sacaram de contas inativas do FGTS um valor de aproximadamente R$ 176 milhões é excelente para os lojistas.

NP – Há alguma estratégia específica do comércio para o Dia dos Pais?
João – A melhor estratégia sempre será o bom atendimento. Uma loja confortável e que desperte o desejo de voltar outras vezes. Temos observado que nossos lojistas estão investindo bastante em mídia de redes sociais e produtos promocionais.

NP –Quais as melhores datas para o comércio da região?
João – São quatro datas: Natal, fim de ano, Dias das Mães – considerado um segundo Natal – e o Dia dos Pais.

João é proprietário da Moda H e também enfrenta os problemas da baixa temporada (Foto: Divulgação)

NP – É um desafio constante atrair os consumidores para o comércio local? As pessoas ainda preferem comprar em cidades próximas, como Itajaí?
João – Sim, digamos que é uma grande luta diária; mostrar para nossos clientes o quanto é importante fazer girar a economia local. O nosso comércio já tem possibilidade de brigar com Itajaí, Balneário Camboriú e Joinville, até mesmo porque hoje em dia a maioria das pessoas não deseja enfrentar trânsitos, estacionamento e todo o estresse que envolve as grandes cidades. Nosso comércio evolui absurdamente nos últimos 20 anos. Está muito forte, com grandes marcas instaladas em nossas cidades. Para mim, o melhor é você comprar numa loja onde a vendedora, a caixa e o proprietário te conhecem. Isso se torna quase uma família.

NP – Penha está crescendo bastante. Em julho, por exemplo, muitos restaurantes, hotéis e pousadas estavam lotados, reflexo do Beto Carrero. Como fazer com que esse público consuma no comércio local, como lojas e mercados?
João – Sem sombra de dúvidas que o Beto Carrero foi e é o grande divisor de águas em nosso município. Todo segmento do turismo sabe disso: pousadas, restaurantes, hotéis e até mesmo mercados. Mas os lojistas ainda não sentiram da mesma forma esse impacto, devido a nossa cidade não poder oferecer uma estrutura interessante para os visitantes do parque. A CDL e a Acipen (Associação Comercial e Industrial de Penha) vêm trabalhando projetos junto ao prefeito Aquiles da Costa (PMDB) para mudar esse cenário. São projetos que vão tornar o município de Penha uma cidade invejada no litoral.

NP – Hoje, quais os desafios que empresariado enfrenta para se manter aberto?
João – Esses desafios são vários, a começar pela alta carga tributária que pagamos para manter nossos CNPJ abertos. Mas em nossa região, o mais complicado é a informalidade, isso sim é nosso maior pesadelo. Foi uma das nossas prioridades a ser cobrada do prefeito Aquiles, mas como é um trabalho árduo, vai levar um tempo. Contudo, o pontapé foi dado. No meu ponto de vista, temos que transformar nossa Penha e Balneário Piçarras numa Balneário Camboriú melhorada. Hoje nosso comércio sobrevive da temporada, tendo que se sacrificar na baixa temporada para chegar até o verão. Temos que ter vida própria para girar nosso comércio com a mesma velocidade da alta temporada.