Vereadores e vereadoras: menos puxa-saquismo, por favor!

Do dia em que assumiram seus postos na Câmara até o dia 24 de maio, os vereadores apresentaram, votaram e discutiram 25 moções. A moção, conforme o artigo 107 do Regimento Interno do legislativo de Penha, “é a proposição em que é sugerida a manifestação da Câmara de Vereadores Penha sobre determinado assunto… são espécies de moção: aplauso, apoio, apelo ou repúdio”. Das 25 moções apresentadas, 16 foram de aplauso. Trocando em miúdos: os vereadores desperdiçaram horas e horas bajulando pessoas e entidades.

É preciso ficar de olho no Executivo e legislar, ou seja, criar leis que impactem no nosso cotidiano. Torço o nariz quando alguém diz que a Câmara não serve para nada. Serve, sim. Só é mal usada. A Câmara é a Casa da Povo, é onde estão os representantes eleitos para colaborar com o crescimento do município. Espera-se, portanto, o esmero dos vereadores na elaboração de projetos, planos e a intensa fiscalização sobre a prefeitura.

Com uma Câmara predominantemente situacionista, o que nos resta é passar intermináveis horas escutando vereador florear o trabalho do prefeito. É assim agora e foi assim na Legislatura passada, quando a composição da Casa também era situação. Vereador de situação defende a situação e segue o jogo. Mas, convenhamos: adicionar a este molho insosso as intermináveis discussões de moções torna o hábito de acompanhar as reuniões em um verdadeiro martírio.

De janeiro a maio de 2013, no começo da antiga Legislatura, foram apresentadas e votadas quatro moções. No mesmo período deste ano foram 25. A diferença é brutal e demonstra falta de conteúdo legislativo dos nossos representantes. Passar sessão após sessão puxando o saco de empresas ou pessoas ditas importantes pouco contribui para a cidade.