Polícia Militar e Conseg de Penha apresentam projeto Rede de Vizinhos

Cerca de 50 pessoas participaram ontem à noite de um encontro promovido na Câmara de Vereadores pela Polícia Militar e Conseg de Penha para a apresentação do projeto Rede de Vizinhos. O formato é parecido com o do programa Vizinhos em Alerta, já implantado na cidade. O nome mudou para se adequar a uma exigência do comando estadual da PM, órgão responsável por fazer a gestão do Rede de Vizinhos em parceria com os moradores.

Hoje, Penha tem 50 ruas monitoradas por moradores. Até dezembro, pela previsão do presidente do Conseg, Carlos Henrique Régis, o município deve ampliar para 90 o número de ruas cadastradas no programa Rede de Vizinhos. Serão incluídas vias da Praia Alegre, local que costuma ser escolhido por criminosos para a prática de arrombamentos e furtos porque há muitas casas de veranistas.

“O foco do programa é colaborar com a PM, já que Penha tem apenas uma viatura para monitorar toda a cidade. Com os moradores atentos a movimentações suspeitas, a comunicação com a PM fica mais ágil”, argumentou Régis.

As tais movimentações suspeitas, explica o comandante da 3ª Companhia de Polícia Militar, capitão Carlos Alberto Mafra Júnior, podem ser um carro parado por mais de 10 minutos em frente a uma casa sem que o motorista saia de dentro, pessoas pulando muros ou um alarme que dispara no meio da madrugada.

“Antes de ligar para o 190, os moradores primeiro precisam saber se as atitudes são realmente suspeitas. Isso é feito através do WhatsApp. Um fala com o outro. Se ninguém souber explicar as suspeitas, aí sim a PM tem que ser acionada”, explica Mafra.

WhatsApp como aliado

A principal ferramenta de monitoramento do Rede de Vizinhos é o aplicativo WhatsApp. Os moradores que quiserem aderir ao projeto serão incluídos em um grupo específico da rua onde moram. Porém, vão precisar fornecer dados como CPF e RG e não ter antecedentes criminais. Se a ficha do morador for limpa, ele passa a integrar o exército de monitoramento da rua. Aí, cada casa terá uma placa de identificação com o nome do projeto. O custo das placas é de cada morador.

Além desse grupo, para cada rua será criado um outro grupo, específico para os gestores do projeto daquela localidade. Cada rua terá três gestores e policiais militares serão incluídos nesse grupo. É a partir do feedback dos gestores que a PM começa a agir.

“Eu estou em todos os grupos de gestores das ruas de Penha”, avisou o capitão Mafra.

Melhorar a iluminação pública

O projeto Rede de Vizinhos é uma forma de compensar o baixo efetivo de policiais militares em Penha. A cidade conta com 25 PMs distribuídos entre os setores administrativos, central de monitoramento, central de inteligência (P2) e rondas 24 horas. “Precisamos de mais policiais, com certeza. Mas enquanto isso não acontece, temos que criar formas de diminuir a criminalidade”, pontuou Mafra.

A falta de iluminação pública, para ele, também prejudica o trabalho da PM. “São os locais de pouca iluminação que o bandido escolhe primeiro”, disse.

Segundo Mafra, mais de 90% dos crimes registrados em Penha são motivados pela oportunidade que os criminosos têm para agir. Por isso, ele pede para que os moradores não deixem objetos de valor à mostra dentro de veículos ou mesmo dentro de casa quando as cortinas estiverem abertas. “Não estou dizendo que as vítimas são as culpadas pelos crimes. Mas o bandido procura a oportunidade para cometer o crime”, afirmou o comandante.

Quem quiser aderir ao projeto pode ligar para o presidente do Conseg, Carlos Henrique Régis, no telefone (47) 98849-8252, para marcar uma reunião nas ruas onde há interesse na participação no programa Rede de Vizinhos.

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Raffael do Prado
raffajornal@hotmail.com