Festival de artes de Penha reúne teatro, música e literatura

Entre os dias 17 e 21 de outubro, ocorre a primeira edição do Festival de Artes Integradas de Penha (Faip). O evento vai contar com apresentações de teatro, bate-papo com a escritora Iria Schnaider, sarau, apresentação do Coral Professora Laci Simão Correa, entre outras atrações. As apresentações serão na Secretaria de Educação e Cultura e na Biblioteca  Pública Municipal, o dia inteiro.

O blog Cotidiano Na Pauta conversou com a professora e organizadora do festival, Sabrina Vianna. Confira abaixo a entrevista.

faip

Como surgiu a ideia do festival?

Sabrina Vianna: Da vontade de movimentar Penha. Sou carioca, mas não do Rio de Janeiro que aparece nas novelas. Sou da Baixada Fluminense e tudo sempre veio de muita luta na minha vida. E quando dizia para algumas pessoas sobre minha vontade de montar peças aqui e criar um grupo, eu ouvia: “isso é coisa do Rio, aqui ninguém quer isso ou valoriza”. Isso me revoltava imensamente, pois não consegui engolir que um lugar não queira cultura e que seu povo não queira ler mais ou se interessar pelo que seu povo pode criar. Acredito que arte tem o poder de modificar aqueles que experimentam, seja teatro, música e dança. E como atriz, diretora e produtora, não consegui ficar parada. Um festival, uma grande festividade dos talentos. Penha é maravilhosa! E meus alunos são incríveis e dedicados. Foram eles, com seus talentos, que me fizeram acreditar que é possível. Levei-os em Itajaí para que pudessem assistir peças de teatro e as aulas renderam muito mais. Poderia falar horas sobre eles, mas o que tenho a dizer é que esses 60 jovens que fazem teatro, cenários, roteiros, figurinos e me auxiliam na produção, vão fazer bonito nos cinco dias do Faip.

Penha ainda engatinha em termos de festivais de cultura. O que é preciso para fomentar essa área na cidade?

Sabrina Vianna: Acredito que é necessário que se acredite no povo. Sinto-me  de Penha e me identifico com a qualidade de vida que tem aqui. É necessário investimento na cultura e entender que projetos como o Projeto Musicar, que tem como professores os meus colegas Nilson Dilo de Souza e Luciane Pereira, precisam de investimento! É necessário planejamento dos eventos e uma Fundação Cultural com verba destinada para isso . Enquanto produtora cultural, vejo que Penha tem um imenso potencial e a capacidade de fazer eventos grandiosos, mas as pessoas têm que arregaçar as mangas e fazer acontecer! Que façam a diferença! O maestro Nilson Dilo de Souza promoveu 11 mostras culturais e em todas contou com o apoio dos pais de alunos e dos integrantes do coral para que fosse possível a realização. Para o Faip acontecer tive que correr muito e arrumar pessoas que apoiassem e patrocinassem pois esse tipo de evento precisa de divulgação e isso custa dinheiro.

Programação
– Duas peças do Coletivo Intrépidos: “Amores Desnecessários” e o musical “Saltimbancos, Os Músicos de Bremem”;
– Peça “Lohayne”, da professora Maria Branco, com os alunos da Escola Manoel Henrique de Assis;
– Sarau de poesia da Escola Professor João Batista Paiva;
– Esquetes da turma de segunda “Construarte”;
– Grupo de improviso “Xanagua”;
– Curtas-metragens produzidos por Valber Neves e Anderson Mangorra;
– Oficina de expressão corporal com Daniel Barros, de Itajaí;
– Bate-papo com a escritora Iria Schnaider;
– Apresentação do Coral Professora Laci Simão Correa;
– Apresentação do Maestro Nilson Dilo de Souza.
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Raffael do Prado
raffajornal@hotmail.com